Não sendo o PCTP/MRPP um Partido eleitoralista, e como
tal não culminar a sua acção em eleições, principalmente quando decorrem sob um
sistema burguês, servem no entanto estas para aquilatar da adesão às nossas propostas,
das classes e camadas de classe que compõem a nossa sociedade, tal como o
definiu Engels.
Concluída, finalmente, a contagem de votos, é tempo de
ponderação e de ilações sobre os resultados que estas eleições nos trouxeram. Sabendo-se
que se trata de eleições locais, elas não podem de maneira alguma deixar de
reflectir, e projectar, sobre o que se passa no todo nacional.
O primeiro facto a realçar é que os partidos que têm
dirigido o concelho e o país obtiveram uma rotunda derrota. A passagem de 45,5
% para 32,6%, no caso do PS do cacique Leal, e de 29,12% para 26,29%, no caso
do PSD, é por si só demonstrativo do descalabro que qualquer um destes partidos
sofreu no concelho. O PS perdeu a maioria absoluta, com menos um vereador e o
PSD manteve o número de vereadores. Se analisarmos mais de perto e pelo número
de votos, que é afinal o barómetro mais fiel do apoio efectivo que cada força
recebeu, verificamos que o PS perdeu nada mais que 2642 votos para a Câmara,
sinal que o aprendiz de cacique, António Pina, não convenceu. Para a Assembleia
Municipal essa perda foi de 2295 o que vem demonstrar que Francisco Leal
continua, depois destes anos todos à frente da Câmara, a receber um cada vez
maior desprezo por parte dos seus antigos apoiantes. No caso do PSD essa perda
foi de 803 votos para a Câmara e de 971 para a AM. Argumentando que em 2009
este partido concorreu coligado com o CDS, a desculpa da fuga desses votos se
deveu ao facto de ter concorrido sozinho “não cola”, porque da soma dos votos
do CDS, 402 para a Câmara e 544 para a AM, não chega para perfazer o número
perdido. O apoio a este partido baixou também de forma drástica. O CDS, apesar
do seu líder máximo ter vindo a público tão ufano, não passa de um partido sem apoio
social ou eleitoral no concelho.
A CDU acaba por ganhar um vereador com apenas mais 297
votos e com 66 votos mais, consegue eleger mais um elemento para a AM.
O BE, como já era de esperar, perde 194 votos para a
Câmara, mantendo o vereador, mas para a AM perde 305 votos e, fruto exclusivo do
método de Hondt, elege mais um deputado municipal.
Quanto à nossa candidatura, apesar de todos os
condicionalismos que vão desde a falta de meios de campanha, reflexo da falta
de dinheiro, pois tal como o Povo, também nós somos vítimas da política de fome
e miséria que se vive no País, até ao silenciamento puro e simples das nossa
posições, conseguimos ter uma subida de 54 votos. Subida essa que se tem vindo
paulatinamente a manifestar de acto eleitoral para acto eleitoral. Esta subida
é o resultado do crescente apoio que a política do PCTP/MRPP tem obtido junto
dos trabalhadores e desempregados, democratas e patriotas, do desmascaramento das
traições ao Povo de Olhão que desde há muitos anos o agora nosso candidato,
António Terramoto, tem vindo a fazer e da luta pelo derrubamento do governo de
traição nacional PSD/CDS.
Não sendo uma grande vitória, é no entanto uma
demonstração da abnegação e correcção da linha política do nosso Partido e de
como um pequeno punhado de elementos do Povo com uma política justa, adaptada
às realidades locais, podem alcançar as grandes vitórias. E essas grandes vitórias
serão, a breve trecho, a continuação do desmascaramento dos novos caciques agora
instalados na Câmara Municipal de Olhão, o Poder Local exercido pelo Povo e
para o Povo, o derrube do governo fascista de Passos/Portas e a instauração de
um Governo Democrático Patriótico.
A sociedade sem exploração do homem pelo seu semelhante
e a instauração do Socialismo e do Comunismo, são os fins que estas pequenas
vitórias servem.
Olhão da Restauração, 30 de Setembro de 2013