segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ANÁLISE DOS RESULTADOS ELEITORAIS



Não sendo o PCTP/MRPP um Partido eleitoralista, e como tal não culminar a sua acção em eleições, principalmente quando decorrem sob um sistema burguês, servem no entanto estas para aquilatar da adesão às nossas propostas, das classes e camadas de classe que compõem a nossa sociedade, tal como o definiu Engels.
Concluída, finalmente, a contagem de votos, é tempo de ponderação e de ilações sobre os resultados que estas eleições nos trouxeram. Sabendo-se que se trata de eleições locais, elas não podem de maneira alguma deixar de reflectir, e projectar, sobre o que se passa no todo nacional.
O primeiro facto a realçar é que os partidos que têm dirigido o concelho e o país obtiveram uma rotunda derrota. A passagem de 45,5 % para 32,6%, no caso do PS do cacique Leal, e de 29,12% para 26,29%, no caso do PSD, é por si só demonstrativo do descalabro que qualquer um destes partidos sofreu no concelho. O PS perdeu a maioria absoluta, com menos um vereador e o PSD manteve o número de vereadores. Se analisarmos mais de perto e pelo número de votos, que é afinal o barómetro mais fiel do apoio efectivo que cada força recebeu, verificamos que o PS perdeu nada mais que 2642 votos para a Câmara, sinal que o aprendiz de cacique, António Pina, não convenceu. Para a Assembleia Municipal essa perda foi de 2295 o que vem demonstrar que Francisco Leal continua, depois destes anos todos à frente da Câmara, a receber um cada vez maior desprezo por parte dos seus antigos apoiantes. No caso do PSD essa perda foi de 803 votos para a Câmara e de 971 para a AM. Argumentando que em 2009 este partido concorreu coligado com o CDS, a desculpa da fuga desses votos se deveu ao facto de ter concorrido sozinho “não cola”, porque da soma dos votos do CDS, 402 para a Câmara e 544 para a AM, não chega para perfazer o número perdido. O apoio a este partido baixou também de forma drástica. O CDS, apesar do seu líder máximo ter vindo a público tão ufano, não passa de um partido sem apoio social ou eleitoral no concelho.
A CDU acaba por ganhar um vereador com apenas mais 297 votos e com 66 votos mais, consegue eleger mais um elemento para a AM.
O BE, como já era de esperar, perde 194 votos para a Câmara, mantendo o vereador, mas para a AM perde 305 votos e, fruto exclusivo do método de Hondt, elege mais um deputado municipal.
Quanto à nossa candidatura, apesar de todos os condicionalismos que vão desde a falta de meios de campanha, reflexo da falta de dinheiro, pois tal como o Povo, também nós somos vítimas da política de fome e miséria que se vive no País, até ao silenciamento puro e simples das nossa posições, conseguimos ter uma subida de 54 votos. Subida essa que se tem vindo paulatinamente a manifestar de acto eleitoral para acto eleitoral. Esta subida é o resultado do crescente apoio que a política do PCTP/MRPP tem obtido junto dos trabalhadores e desempregados, democratas e patriotas, do desmascaramento das traições ao Povo de Olhão que desde há muitos anos o agora nosso candidato, António Terramoto, tem vindo a fazer e da luta pelo derrubamento do governo de traição nacional PSD/CDS.
Não sendo uma grande vitória, é no entanto uma demonstração da abnegação e correcção da linha política do nosso Partido e de como um pequeno punhado de elementos do Povo com uma política justa, adaptada às realidades locais, podem alcançar as grandes vitórias. E essas grandes vitórias serão, a breve trecho, a continuação do desmascaramento dos novos caciques agora instalados na Câmara Municipal de Olhão, o Poder Local exercido pelo Povo e para o Povo, o derrube do governo fascista de Passos/Portas e a instauração de um Governo Democrático Patriótico.
A sociedade sem exploração do homem pelo seu semelhante e a instauração do Socialismo e do Comunismo, são os fins que estas pequenas vitórias servem.

Olhão da Restauração, 30 de Setembro de 2013