quarta-feira, 18 de maio de 2011

As tormentas do temporal

Entre as 08:00 e as 12:00 de hoje o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro registou 59 ocorrências devido à chuva forte, sobretudo na cidade de Faro, disse à Lusa fonte daquela entidade, tendo sido mobilizados 156 operacionais. Em Quarteira e Olhão as chuvas também se fizeram sentir com grande intensidade. Em todas estas localidades houve inundações de casas, ruas cortadas e vários prejuízos, além de diversos acidentes rodoviários e o encerramento do aeroporto de Faro. As zonas baixas foram, naturalmente, as mais afectadas. Até à noite esteve-se na expectativa de haver uma vítima mortal numa garagem inundada, na Rua de São Luís, em Faro, o que não se veio a concretizar. Há a lamentar um ferido grave, um electricista que reparava uma caixa de electricidade.

Aparentemente temos aqui mais uma fatalidade, trazida desta vez pela natureza, e contra a qual nada se pode fazer. Mas olhando mais em pormenor, vemos que afinal não é bem assim. Em primeiro lugar vemos que as zonas afectadas são aquelas que naturalmente mais tendência têm para isso, as zonas baixas das cidades. Depois procuramos saber o que foi feito como prevenção e o que foi que a Protecção Civil fez para minimizar os efeitos dessa intempérie. E por último, como está a ordenação urbanística dessas zonas para que situações destas não aconteçam.

Começando por esta última, vemos que o completo desregulamento da malha urbana, em que o que interessa é construir não importando onde, se há linhas de água, falhas ou outro qualquer impedimento ao suporte de habitações ou ruas naquele local. O encaminhamento destas águas pluviais, de zonas mais altas das cidades, é deixado ao sabor da corrente, porque o investimento a fazer é sempre considerado muito grande e pensa-se sempre que isso não há-de acontecer e se por acaso acontecer não há-de ser muito grave. E quando acontece de facto, nunca se sabe bem quem são os responsáveis. A Protecção Civil, que é quem devia fazer a prevenção, tendo conhecimento da aproximação de temporal, limita-se a emitir alertas amarelos, não actuando naquelas zonas já referenciadas para que sejam arranjadas as melhores soluções par acautelar haveres e patrimónios vários. Quanto à inevitabilidade das zonas baixas, elas não podem deixar de ser zonas baixas, mas pode-se prevenir através da construção de escoamentos adequados nos próprios locais e a montante, de desvios para outros locais onde o escoamento se possa fazer.

Em sítios, como o Largo de S. Francisco e a baixa, em Faro, podia-se assim ter evitado o alagamento de lojas e carros de dezenas de pessoas. Também em Olhão, no túnel inferior à linha do comboio, houve carros que ficaram submersos, pois não há qualquer meio auxiliar de escoamento das águas, através de uma bomba automática de grande débito, e além disso a Protecção Civil de Olhão, não funciona, servindo apenas como trampolim para o seu responsável (?), António Pina, se lançar à Presidência da Câmara.

É por isto que uma intempérie, se pode tornar numa catástrofe. É por isto que uma catástrofe é um caso político, e também o pode ser de responsabilidade civil. E a política que está à frente dessas entidades responsáveis pela segurança das populações, desde Protecção Civil, Câmaras Municipais e Governos, tem interferência directa nas tormentas que uma tempestade pode trazer. Está na hora de serem banidos desses lugares quem lá está apenas por interesse pessoal, e serem substituídos por homens e mulheres competentes e que ponham à frente de tudo o interesse colectivo. Por isso, nestas eleições vamos começar a mudar este estado de coisas, votando no PCTP/MRPP, para impor uma política a favor das populações e de melhores condições de vida.

Vota PCTP/MRPP!

Maio de 2011



Organização regional do Algarve do PCTP/MRPP

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