quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O ATUM DE OLHÃO

Várias toneladas de atum fresco capturadas ao largo de Olhão, no Algarve, 'voam' todas as semanas na zona de carga de um avião comercial rumo ao Japão, onde o peixe é servido cru como sushi em restaurantes.
Pela costa algarvia passa a rota migratória da espécie "bluefin", uma das mais apetecíveis para o mercado do "sushi", chegando a ser capturados pela Tunipex peixes destes com quase 200 quilos, explicou à Lusa um responsável da empresa.
A empresa - dirigida por Hirofumi Morikawa e que em 1994 integrou a empresa japonesa "Arai Soji" -, é por enquanto o único operador com armação de atum em actividade em mar português, embora haja outros projectos no Algarve.
A armação está situada a quatro quilómetros da costa, frente à Fuseta, em Olhão, e é naquelas redes que chegam a ser capturadas semanalmente cerca de dez toneladas de atum, conforme a época do ano.
Contudo, quase nada fica para o mercado nacional, já que 90 por cento da produção é exportada, na sua maioria para o Japão (68 por cento), Estados Unidos da América (12 por cento) e países da União Europeia.
A viver em permanência no Algarve desde 1995, Hirofumi Morikawa explica que antes de a "Arai Soji" apostar no Algarve para desenvolver o negócio em parceria com a Tunipex, efectuou um estudo ao longo de quatro anos.
«Achámos que o Algarve seria um bom investimento, porque toda a gente sabia que era uma região com forte tradição na captura de atum, considerado de muito boa qualidade», explica o empresário japonês.
Se há cerca de 50 anos a captura de atum era um negócio com grande potencial no Algarve, a verdade é que nenhuma das armações que se dedicavam à actividade chegou aos dias de hoje.
No ano de 1972 foi extinta uma das últimas estruturas de apoio às armações de pesca de atum - a do Arraial Ferreira Neto, em Tavira -, hoje transformada em unidade hoteleira.
Foi preciso esperar mais de vinte anos até que aquela arte piscatória fosse retomada em Olhão.
Apesar de ser a mais valiosa, o atum não é a única espécie a ser capturada nas armações da Tunipex, onde são também apanhadas cerca de 120 outras espécies, na maioria escombrídeos, da família do atum.
No entanto pouco ou nada desta riqueza fica em território nacional, reflexo das políticas de submissão que os governos PS ou PSD, com ou sem a muleta do CDS, têm vindo a adoptar também no sector das pescas. A conivência dos vários poderes locais, geridos pelos mesmos partidos ou por outros que com eles comem da mesma gamela do poder, é por demais evidente, defraudando as economias locais, lançando milhares de famílias que vivem directa ou indirectamente do que conseguem colher do mar.
A constituição de um Governo Democrático Patriótico, que tome como uma das primeiras medidas a expulsão da Tróica e a recusa do pagamento da dívida, e a votação nos candidatos do PCTP/MRPP nas autarquias, são os primeiros passos para o restabelecimento da Independência Nacional e libertação do País do imperialismo germânico.
VOTA PCTP/MRPP!

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